on domingo, 10 de outubro de 2010 | 0 cousas

Há muita coisa acumulada que eu gostaria de postar. Desde o aperreio dos meus últimos dois meses à piedade de Deus comigo e com os demais, à minha experiência flashback neste domingo. Mas, como não sei ser disciplinada e sei que, se eu não pontuar tudo de uma vez só, as coisas vão se tornar desinteressantes posteriormente ou substituídas por outras mais importantes.

Aviso, contudo, que o interesse ou a importância à qual eu me refiro é um filtro pessoal, que não tem nada a ver com quem, porventura, venha me ler. Afinal, não obrigo que ninguém o faça e esse espaço é minha válvula de escape. #prontogritei

I - Embora o mercado de trabalho, a legislação da área e o próprio cotidiano-nada-cotidiano do Jornalismo às vezes canse a minha cútis e eu brinque que eu poderia ganhar mais hoje sendo uma soldadora a uma jornalista de redação, até os últimos dois meses passados eu não havia me arrependido de ter escolhido o Jornalismo para carreira e para a vida. Foi um período exíguo, em que eu sacrifiquei meu psicológico, meu ego, deixei que subtraíssem a minha energia e, tudo isso, em troca de trocados. Passei dias seguidos tendo pesadelos, adoeci os rins, inflamei a garganta e me desestimulei com o trabalho que estava realizando. Mas Deus teve piedade e já começo em outro, amém.

II - Cada um tem o seu tempo e o seu espaço. Eu não gosto de atropelar nem um, nem outro; é como se eu também permitisse que o fizessem comigo, enquanto eu não gosto de ser vitimizada para outros e acabo fingindo ser mais forte do que sou. Por isso, poucos reconhecem a minha fraqueza. Porém, nem sempre é bom entocar-se em um casulo, como se ninguém pudesse ajudá-lo a respirar. Vez ou outra, encasular-se também é uma forma de chamar a atenção e eu demorei a perceber isso com alguém que eu gosto muito e a minha inutilidade pela distância, infelizmente, só pode ser transvestida em palavras de apoio. É também uma forma de eu revitalizar a energia que, outrora, tentaram me roubar e fazê-la viajar do norte ao sul do país e confortar.

III - Hoje foi aniversário de uma amiga e eu tinha que parabenizá-la. Poderia ser por telefone, por sms, por tweet, por scrap, por sinal de fumaça, mas decidi abraçá-la mesmo que por cinco segundos, pois tenho andado em falta com ela. Antes disso, a minha mãe me pediu carona para levá-la ao nosso antigo bairro para visitar um velho amigo à beira da morte. Assim como eu não visitava o bairro desde os meus seis anos, eu também não via o amigo da minha mãe e da minha infância, mas o reconheci. Tão logo apertou com todas as suas fracas forças a minha mão, ele perguntou se eu já havia me formado. Para qualquer um, é uma pergunta de "oi, como vai"? Mas, para mim, foi um "tem aproveitado a vida?". Apesar de tantos anos sem nos vermos, ele me acarinhou, no tempo em que, ao lado, a sua bisneta de um ano e seis meses pulava não sabendo que a morte se aproximava daquele que sentia um grande xodó por ela.

IV - Sobre energia, enfim, eu acredito que ela valha mais que palavras. Claro que as palavras, em si, carregam o poder, mas existem pessoas que te desejam o mal ou o bem em silêncio secreto. Adiante a qualquer crença religiosa ou superstição, eu temo mais pelo que alguém energiza para o outro. Por isso, há quem peça como única ajuda energia - boa, obviamente - em vez de um trocado ou de um pão. E a esses eu só aconselho que tenham cuidado com quem os circunda, pois eu já aprendi: "os dentes à mostra podem ser o preparo do ataque de um leão e não um sorriso de um amigo".