on sexta-feira, 9 de julho de 2010 | 2 cousas
Admito que dói pra caramba ver o ídolo de um time [como do meu mengão] indo pelo ralo, simplesmente porque ele foi burro, bem idiota. O reconhecimento de paternidade de uma criança e, por conseguinte, o pagamento de uma pensão à mãe teriam um preço insignificante diante do prejuízo de vida(s) que o goleiro - como a mídia resolveu 'nickzar' - Bruno pode ter, a partir da comprovação de sua culpabilidade em juízo.

Como todos gostam de afirmar, a violência à vida da Eliza Samudio figura como mais um crime passional
da humanidade; contudo eu prefiro registrá-lo como mais um reflexo do nosso distúrbio social e familiar. Pois, pelo que consta até o momento, nem o acusado e nem a vítima teriam bons precedentes familiares, bem como a acensão de suas vidas financeiras não se baseou em equilíbrios emocionais.

A essa típica emergência financeira, sem base familiar e social, retomo os recentes [também] envolvidos em violência, jogadores Wagner Love e Adriano, que já vestiram a camisa do Flamengo. Essa recorrência de figuras ligadas à criminalidade no time carioca tem levado a uma série de constrangimentos aos seus torcedores.

Ontem mesmo, em mais um episódio do noticiário vespertino, a apresentadora Sônia Abrão narrou a chegada do Bruno à delegacia afirmando que os presentes em frente ao prédio eram
flamenguistas e aplaudiam o acusado, por serem fãs dele. Ressalta-se que a filmagem estava com áudio exclusivo da voz da apresentadora, portanto, não dava para conferir o som de aplausos.

A mesma cena foi transmitida em outra emissora, já com o áudio de muita gritaria evocando a palavra "assassino". Bem se sabe [e eu já até comentei sobre esse 'marronismo' do noticiário vespertino] que a Sônia Abrão não deve levar lá muita credibilidade. Quer dizer, eu sei, você também deve saber, mas quantas outras não sabem??

Interessante é que eu já havia me revoltado com um apresentador da emissora local que reproduziu uma piada das redes sociais, a qual afirma que o Flamengo é um time de criminosos. Nesses dois casos, há explicitamente uma ignorância e irresponsabilidade da mídia, porque ela não pode incitar esse tipo de raciocínio, que vai de encontro às campanhas contra a violência no esporte.

Ou seja, uma coisa é um espectador virar piadista em redes sociais e outra é o 'jornalista' espelhar sem senso crítico. Isso é hitlerismo!! Eu, particularmente, me sinto ofendida porque, enquanto torcedora, gostava de um goleiro, de um jogador, de um esportista e não de um criminoso. Ao beijarmos a camisa não estimulamos que uma pessoa ceife a vida de outra.

Se for comprovado que o Bruno assassinou a ex-namorada/amante, que ele seja julgado, condenado e pague por isso. Mas que a mídia tenha responsabilidade de transmissão e que a população volte os olhares para dentro de suas casas. Porque violência não tem gênese em time de futebol, ela é sim uma doença social!

2 cousas:

Aline Cristina disse...

Você viu a matéria no Fantástico sobre orgias organizadas por jogadores? Não sei mesmo onde vai parar o nonsense dos meios de comunicação. Ê, meu Brasil!

Luana! disse...

Vi e acho que, mais do que nunca, Sônia Abrão é tendência. ;-/