on domingo, 28 de março de 2010 | 0 cousas

Se não estou enganada, o último caso de violência que gerou um pequeno movimento social de revolta, aqui na minha cidade, foi no mês passado. Foi um típico crime passional, em que a jovem moça (vítima) queria separação e o esposo (mandante do assassinato) não aceitava isso. O assassinato foi uma simulação de assalto e vários indícios caíram sobre ele.

Alguns dias após o crime, eu estava com amigos num bar do bairro em que ela morava, quando um movimento puxado por um carro de som passeava pedindo justiça. Acredito que havia menos de cem pessoas ali, segurando faixas, fotos e clamando, enquanto o cara do carro de som pedia leis que coibissem ações de violência.

No Brasil, não é necessário ter muita inteligência para saber que o nosso código penal é extremamente frágil e falho, e que ele poderia seguir o exemplo de outros países bem sucedidos na redução do índice de violência. Contudo, alguns discursos do tipo 'violência é indício de fim do mundo' e 'a existência de uma lei mais dura é pressuposto para não ocorrer mais violência' nos faz colocar sobre o legislativo um poder que também é nosso. Ou que começa conosco, sociedade.

Afinal, violência não é do fim do mundo, ela é desde a gênese do mundo. É um instinto humano, que pode ser controlado por preceitos morais e éticos. Ignorar a educação familiar sim é o fim do mundo. Os debates sobre o porquê de tanta violência poderia sair dos talks shows para a sala de casa, com o pai e a mãe ensinando ao filho que ele não tem direito de agredir a vida do outro.

O caso do crime passional, com o qual iniciei o post, é um exemplo ínfimo entre tantos outros que acontecem por segundo no mundo. Mas o tomei porque o discurso do cara que pedia leis para coibir a violência me incomodou. Eu poderia lembrar também o caso (espetáculo) Nardoni, em que zilhares de pessoas, em vez de estarem em casa discutindo violência com a família, estavam na porta do tribunal dando a um promotor o papel de justiceiro e soltando fogos de final de copa do mundo.

Mas e depois que a passeata e os fogos acabam? Qual exemplo de moral e conduta realmente ficou para as pessoas? Pensemos...