on segunda-feira, 20 de dezembro de 2010 | 1 cousas


Eu, que passei a minha vida toda lendo apenas para mim e tendo como única interlocutora a minha mãe, que enaltecia o meu gosto pela leitura tal qual a minha dedicação pelos estudos, me deparei mais tarde com o exibicionismo de egos disparando: "você já leu fulano de tal? como não?! já li vários dele!"| "qual música você ouve? ah, eu comprei o cd de fulano de tal que foi lançado ontem"; e assim por diante.

Era um volume de informações muito maior do que aquelas que eu imaginava aspirar da tela de uma TV. Ok! Em comparação à TV, talvez a qualidade das informações ganhasse. E eu nem mesmo assistia tanta TV quanto possa valer a comparação. Adiante isso, eu percebia que ninguém lia, ouvia, assistia para si ou, ainda, no intuito de repassar cultura, conhecimento - uma gratidão quase social. O objetivo era somente dizer "eu já e você não".

Após me assustar, me adaptei a tantos exibicionismos de falsos cults. E, digamos, até apreendi alguns gostos. Mas, ainda hoje, eu não consigo suspirar por quem não sabe ser interessante falando abobrinhas. Sabe aquele papo solto, descontraído, em que, espontaneamente, alguém diz: "pow, isso me lembra filme tal". Assim, do nada, uma referência brilhando nos olhos de quem realmente gosta da coisa...empolga!

Alguns dos exibidos que encontrei pelo caminho foram servidos gratuitamente pelos bloqueadores de emiessiene da vida, por não saberem se entregar a boas e gostosas gargalhadas. Porque, para a minha modesta cultura, inteligência não é saber ler, mas saber ser interessante, diferente. Anda tudo muito igual.

1 cousas:

Suzana Martins disse...

Uau....

Onde eu assino para endossar as suas palavras? rs...

É bem assim mesmo que acontece, as pessoas lêem para o "eu já e você não" e esquecem o quanto é gostoso divertir e misturar lembranças de livros, filmes e afins....

Beijos Lu