#freelanceando

Aos 13 anos, eu já idolatrava meus irmãos como homens e adorava ver as garotas correndo atrás deles, sendo ignoradas e passadas como otárias. Fazia parte do clima machista que se instaurou com a matriarca machista. Algo bem paradoxo, mas leal. Afinal, sensibilidade em homem é coisa de mariquinhas.

Um dos meus hobbies naquela época era atender telefonemas de garotas diferentes, brincando de combinar agenda.

- Mas que horas ele estará em casa?
- Ah, não sei. Acho que ele deve chegar tarde hoje, porque ainda vai para o curso A. Mas certamente amanhã por volta de Xh você pode ligar, que-ri-da!

Enquanto isso, 'ele' estava com outra garota, que, possivelmente, teria uma próxima chance em três dias, no mínimo. Como eu me sentia? A mais esperta das garotas, aprendendo com os mestres a nunca ser enganada pelos homens.

Hoje, 11 anos depois, sou uma mulher que já sofreu por alguns carinhas, mas porque quis. É! Mulher sabe quando é enganada, então sofre porque quer. Vide exemplo de conversa ontem com o sobrinho de 16 anos (sina de família nascer três homens a cada mulher):

- Ah, como essa lua está linda!
- Hum!
- Hum o que? Tu não tá achando a lua bonita nesta noite? Presta bastante atenção. Ela parece estar perto, perto da gente.
- Rum! E eu vou ficar olhando pra lua?
- Ô, meu filho! Não precisa olhar não. Só concorde! Quando você tiver uma namorada vai ser o mesmo.
- Ham?
- ANRAM! Você não precisa olhar a lua, só finja ser sensível e diga: como a lua está bonita! E ela cai de quatro por você! Mulher adora ser iludida!
- Huuummm...!!!!!

Pronto! Contei o segredo. Ou seja, em média, mais cinco mulheres sofrendo neste mundo.