on sábado, 5 de setembro de 2009 | 5 cousas

Por esses dias, eu estava lembrando de um fato que passou batido por mim, mas que nem por isso foi irrelevante. A propósito, ele foi mais que importante. Há pouco mais de um mês, completei um ano de diplomação em Jornalismo, após uns cinco anos de facul. Foi um período de intensa busca do que de fato seria o Jornalismo em minha vida. Uma busca não restrita à sala de aula, mas com uma experiência significativamente profissional.

Embora eu ainda julgue que me falte uma baita experiência em impresso, a qual eu sempre recusei por não achar digna na cidade em que moro, penso que eu deveria ter ousado mais em outros campos. Àqueles que limitam a atividade jornalística aos jornais diários, digo que a roda é bem mais complexa e versátil. Para além da experiência, a minha busca foi pelo "sentir". Sentir o Jornalismo em mim era comparar o exemplo do jornalista que eu tinha em mente até entrar na academia e o profissional que eu encontrava por aí até chegar àquele que eu gostaria de ser.

Até então, ver, ler e ouvir jornalistas era um exercício de atenção. Eu ficava imaginando o cuidado e o compromisso que eles tinham com as palavras e, por conseguinte, com a verdade. O jornalista, para mim, era o cara de cabeça sempre crítica, que tinha todos os conhecimentos do mundo e que era, obviamente, um cidadão correto. Sim! Se ele fazia uma matéria sobre picaretagem, com um senso tão crítico, é porque ele tinha o dedo limpo para apontar alguém. Apesar de nunca tê-lo imaginado uma celebridade e estrela televisiva, como muitos aspirantes ao jornalismo costumam imaginar, eu tinha praticamente um exemplo clichê!

Hoje, e já bem antes de hoje, esse pensamento se dilui de forma ingênua, burocrática e frustrada. Enquanto ainda sou bastante insegura com aquilo que escrevo, pressupondo o quanto aquilo vai influenciar na reflexão de outrem, sei que não sou a melhor das cidadãs. Erro como todo cidadão, falto com alguns deveres e ainda não sei quais são todos os meus direitos. Não possuo todos os conhecimentos do mundo, sou mais senso comum do que eu possa parecer.

Do mesmo lado, a hipocrisia rola à solta. Profissionais por quem eu tinha consideração [e não idolatria], além de se tornarem carne [alguns bem pôdre] e osso como eu, demonstram pura falta de ética, zombaria com os fatos e indiferença à verdade. São profissionais, que colocam 50% de mim a favor da desobrigatoriedade da exigência do diploma.

Mas sem lamentações e arrependimentos, ainda não me sinto jornalista. Essa é uma palavra que soa estranha quando é a mim que designam. De certa forma, isso é bom, pois procuro sempre entender se o que faço é feito corretamente. Não quero que "jornalistar" seja exclusivamente uma profissão, mas também um modo de viver.

Cena pitoresca no salão de beleza:

- Cabeleireira #querendoseaparecer: Lulu, minha jornalista quêrrida!
- Lulu de havaianas: Oi! Tâ bôua? Eu tava com saudades de tu!
- Povo do salão me olhando dos pés à cabeça: Õ_o

Depois de um longo tempo de pautas bizarras sobre expoema, show de rivela, morte no escambau e diabaquatro (tudo o que eu entendo muito bem)...

- Fulana #lôraoxigenada: Mas tu é jornalista mesmo ou ela tava brincando contigo?
- Lulu fazendo a sua análise antropológica by Albertinho: Ué! Sou! Por quê?!
- Fulana #lôraoxigenasuperdecepcionada: Ah, tu é tão calada. Jornalistas geralmente são tão falantes.
- Lulu pensando em quantos jornalistas aquela criatura ja conheceu na vida: Õ_o

5 cousas:

Amigao disse...

Bem de conhecer jornalista mesmo, ao vivo, só o povo do jornalismo publicitário e são todos loucos que a gente nem acredita que são jornalistas.
Mas tu é jornalista mesmo ou é louca? Ou as duas coisas?

Beijaõ do amigão

Luana! disse...

Estou mais pra louca. Ahahaha

E profissional xD

Anônimo disse...

Para além do diploma ou da necessidade de mercado, você sabe muito bem que nasceu jornalista.
E digo isso não pelo fascínio que o exercício profissional ou figuras profissionais possam te despertar, mas pela essência que vejo no jornalista que há em muitos: o prazer curioso sobre o mundo e de expressar isso de alguma maneira, neste caso, em texto, em informação.
Mas temos que vivenciar a prática profissional de mercado pra efetivamente compreender o nosso local no mercado.
Penso que as dúvidas sempre nos acompanharão.
Precisamos saber lidar com elas e nos reconhecer na identidade que todo dia nos afirmamos em todos os aspectos.

Agora que tu é um jornalista muito viadinha, isso é! (vide gravações)

XD

nada disse...

Nem te conto...
O objetivo da minha vida é ser Jornalista
Até antes de cair a obrigatoriedade do diploma, eu não pensava em uma 2ª opção, ser Jornalista exercia um fascinio enorme sobre mim... Jornalistas sempre inteligentes e sagazes, sempre com opinião definida sobre todos os assuntos, sempre curiosos, sempre levando a verdade para as pessoas, sempre tocando os corações... Com as palavras certas
Porém, agora fiquei meio perdida, a profissão pelo que dizem não é nem um pouco instável... e agora que não é reconhecida então???(Jornalismo é o que quero do fundo do coração)
Só que vou prestar para Geografia e depois penso em realizar meu sonho fazendo Jornalismo..
O que acha???

nada disse...

Mais ou menos isso^^

Penso em fazer 1º geografia e conseguir uma certa estabilidade pra depois correr atras do meu objetivo principal que é o Jornalimo...

Quais são as melhores faculs de Jornalismo???