Quatro anos. Mais precisamente quatro anos e meio. Foi esse o tempo que eu me dediquei aos estudos de comunicação social e de jornalismo, para garantir o meu diploma. Assim que eu sair da instituição acadêmica, talvez, esse não valha mais nada, se porventura o Supremo Tribunal Federal aprovar, em outubro, o Recurso Extraordinário (RE) 511961, que pode desregulamentar a exigência do diploma acadêmico para exercícios jornalísticos.A discussão acerca da exigência do canudo anda acalorada pelos profissionais de comunicação, bem como por teóricos e afins da área de comunicação. Os argumentos vão desde 'nós estudamos ética, nós sabemos escrever bem, nós somos mediadores sociais' a 'o que será da qualidade informacional, sem a profissionalização?', chegando também a 'todos somos comunicadores sociais, portanto o cara da esquina pode montar um blog pra comunidade dele e garantir a visibilidade informacional do seu território e isso é jornalismo'.
Quando um dia eu pensei em fazer o curso de jornalismo, foi por indicação do meu irmão que disse: "tu escreve legal, tu gosta de novidades. faz jornalismo". A universidade, portanto, seria um meio de garantir o meu 'escrever legal' no mercado. Ao ingressar na academia aprendi coisas inegavelmente relevantes, do tipo 'seu compromisso é com a informação. a notícia é a celebridade', 'tenha postura ética e confronte fontes', 'devemos e podemos lutar pela democratização da informação', 'não se renda a monopólios midiáticos', 'o lead é composto pelo quem, como, onde, quando e porquê', e assim por diante.
Partindo para o mercado de trabalho, encontrei profissionais querendo ser notícia, favorecendo vozes unilaterais, calando fontes, lutando para trabalhar para sistemas 'globais' e fazendo manchetes do tipo 'mãe de sasha é xuxada por zhafir'. É como o carinha que faz cobertura do poste que caiu. Ele passa quatro anos na universidade só para manchetar: "O poste da rua tal caiu na noite de ontem".
É óbvio que qualquer analfabeto pode 'escrever' isso, assim como qualquer jornalista queimar na fogueira da vaidade e se glorificar para permanecer no mercado de trabalho. Acredito que antes de sair por aí defendendo a exigência do diploma e a regulamentação profissional, os jornalistas devem rever os conceitos que permeiam a sua área e o seu papel de mediador social.
5 cousas:
Luquinha, não li ainda, depois que eu acordar eu leio, só vim deixar os links que você pediu ..
Claro que você não vai ter paciência pra isso, mas todos os capítulos estão arquivados naquele link "Capítulos da Trama" na barra lateral do blog, mas os capítulos específicos onde ocorre toda a confusão são este e este, primeira e segunda parte ..
Aff, ficou parecendo um spam cara de pau isso, né ?? Mas pelo menos foi solicitado !! =D
Beijão, queridona, depois eu volto !!
PER-FEI-TO!
Coisa mais difícil... anos estudando, sofrendo pra entregar trabalhos no prazo, ralando, aprendendo mil coisas, e no fim, o que se aproveita? O que é que se valoriza? O bendito canudo.
A ética, onde está?
A arte, onde está?
O respeito, onde está?
E o profissionalismo, que se escondeu atrás das vaidades e de tudo aquilo que é mais rentável?
Não é só em Jornalismo não... o mundo é que está caminhando nesse sentido... perdendo cada vez mais suas raízes... perdendo cada vez mais sua ética, seu respeito, sua arte, seu profissionalismo, sua educação... sua noção.
Alguém aí foi marcando o caminho pra que pudéssemos voltar algum dia a encontrar nossos valores?
Beijos...
Há que se ter canudo sim, como não ??
Retrocesso ?? Até algum tempo não muito distante não existia faculdade de Jornalismo, o cara tirava seu registro de profissional devido ao "tempo de serviço" .. Jornalista não é amador, tem que se formar sim e seguir todos os rapapés de praxe, como bem manda o figurino !!
Jornalista sem canudo, blogueiro sendo "jornalista", assim a profissão caminha para a desvalorização inevitável ..
Ser blogueiro NÃO É SER JORNALISTA (carai!) e para ser JORNALISTA é preciso um DIPLOMA !!
Aff .. respira, respira ..
Beijo, Luquinha !! =D
É, né?!
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