on quinta-feira, 13 de dezembro de 2007 | 7 cousas

Afogada nas minhas lembranças insanas, meu corpo era submetido às saborosas sensações de uma loucura não planeJada.

Vista de fora por uma menina ingênua, de tez macia e olhar assustado, não pensei em emergir das sensações que me tomavam numa travessura esplendorosa.

Enquanto tu, no máximo, avistava a menina e me esquecia no leito da morte. A menina, no entanto, inquieta com a minha fraqueza ajoelhou-se diante de mim e tocou os seus lábios gélidos nos meus. Senti o ar cálido brotando do seu ventre unindo-se ao meu hálito frio e morto. Ela passou de si para mim. Meu corpo estremeceu e fui liberta das lembranças. Meu corpo estranhou a energia que se apoderava dele e ainda relutou contra, mas ao olhar em seu torno, viu apenas um laço fino e bege.

Você ainda me olhava... Sim, me olhava espantado com a fusão dela ao meu ser. Sem compreender o que acontecia, arruinastes o jardim que acarinhavas inconscientemente, enquanto vidrava-se na menina. Eu ainda gritei por ti, mas não reconhecestes a voz dela pulsando em mim.

Quando a sua revolta jorrada sobre aquilo que há pouco cultivavas esgotou, a sua retina atravessou o meu corpo vasculhando a minha alma e nada encontrastes de irreconhecível. Mesmo assim, com um sobressalto preferistes não se entregar à menina que existia em mim e que, um dia, foi apenas o reflexo da minha alma sobre a água do rio que as tuas Flores bebiam.


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*um ano

7 cousas:

Toscos e Ralados disse...

"ah, se ele soubesse que qdo ele passa o mundo interinho se enche de graça e fica mais lindo por causa do amor..."


Poly

Luana Diniz disse...

:)
ah, compreensão poética por poesia...

_TAPCP_

Vinícius de R. Rodovalho disse...

Hum!! Gostei do teu espaço, tudo muito organizado e aconchegante! ;D

Mas o que fiquei admirado de ver mesmo foi o texto! Que palavras são aquelas! E que qualidade literária, viu?

Sobre o assunto tratado...

"Saborosas sensações de uma loucura não planejada." Acho que tudo que é inusitado, que nos pega de surpresa, no final acaba sendo bom. Não no início, em que o susto predomina, mas depois nos sentimos muito bem ao saber que superamos um imprevisto!

E "vista de fora por uma menina ingênua". Sempre soube que temos que tomar cuidado com essa história de dar atenção ao modo com o qual as pessoas nos vêem. Ser nós mesmos é a melhor opção, doa a quem doer.

E ah, o amor...

Sabia que adoro Vinícius de Moraes? E como não, com um texto desses:

"Ah, se as pessoas se tornassem boas
E cantassem loas e tivessem paz.
E pelas ruas se abraçassem nuas
E duas a duas fossem ser casais."

;D

Eduardo Mingá. disse...

Luca, obrigado por me desejar sorte!
ah, véi, o texto ficou bom. certas revoltas são bobas.
as vezes, é melhor deixar pra lá e não fazer como "ele" aí.

:D

aqui, beijO!

Eduardo Mingá. disse...

ah, esqueci de falar que o visual novo tá foda!
eAUIEH

beijO!

Luana Diniz disse...

- Nossa, Vinícius! Fiquei lisonjeada pela sua sensibilidade poética e por ter me presenteado com seu xará, o de Moraes.

- Mingá, mocinho! Que bom que voltastes às atividades blogueiras, hein? Mas sim, eu já deixei pra lá sim. Foi só um singelo desabafo... :)

beijos, moços!

Arthurius Maximus disse...

Seus textos passam sempre uma força incrível. Mesmo quando são carregados de emoções pesadas e propõem-se a nos fazer refletir sobre as misérias humanas. Lá no fundo, a gente percebe uma grade força positiva.