#freelanceando

Já dormi numa parada de ônibus, com uma festa de casamento chiquérrima à frente rolando e um bêbado dançando no meio-fio. Já dormi na grama de uma praça, com as matracas batendo à solta na multidão. Já fui carregada por amigos até a minha casa, depois de um festival de vômito. Já passei por várias após uma boa bebedeira, simplesmente, porque sempre fui a favor de um bom porre. Ah, para mim, o esgotamento da vida é uma boa cirrose*.

O melhor, após o porre, são as gargalhadas pelos feitos que só são feitos com a cachaça. Sempre há uma nova brincadeira para você revelar a sua intimidade sexual, sempre há um amigo que te come com os olhos, sempre há um amigo para dizer "eu te amo" e te levar para o "chão, chão, chão, chão", sempre há uma amiga que faz uma burrada no dia anterior e só pede desculpas com a cara cheia dançando abraçada contigo na cozinha (qual música mesmo?), sempre há um mico histórico e memorável.

Agora, o único problema é quando você chega em casa e se depara com a sua mãe, ainda na porta, te esperando:

- Oi, mããããe...

- Agora, que tu estás chegando?

- Ué?! E não era esse o horário que a gente tinha combinado?

- Não. A gente não combinou horário nenhum, mas não é por isso que você vai chegar a estas horas, desse jeito?

- Jeito? Quê jeito? Estou melhor do que nunca. A propósito, vou banhar, depois conversamos.

E depois de horas no banho, você percebe que está caidaça na cama e a sua mãe está te acordando, como se você a tivesse injuriado. Aff. Por que as mães não entendem que você passa a semana estudando, trabalhando e não vagabundando e, no final de semana, merece uma boa 'tirada de cena'? Porra! Tudo o que eu mais queria era só um balde e nada mais. Será que nem isso ela poderia me oferecer? Claro que não. As mães não compreendem que você bebeu uma grade e meia de cerveja com vodka e chocolate.