on quarta-feira, 21 de novembro de 2007 | 6 cousas

Acabei de chegar do cinema. Fui assistir a El Pasado, de Hector Babenco.

Saí com a sensação de ter jogado meu dinheiro num cesto de vinhos Sinera Crianza, embora quem tenha pago a minha entrada tenha sido a minha amiga. Então, ela quem fez a jogada e nós ganhamos. Exagero? Não, não estou exagerando, estou apenas comparando o filme a uma boa investida. O Hector investiu bem no filme ao escalar Gael García Bernal, como outros diretores vêm investindo bem em seus filmes ao elencá-lo, e na sósia de Marisa Monte, Analía Couceyro. O Gael interpreta um amante vigoroso e a Analía uma mulher obssessiva.

Sinopse
Rímini (Gael García Bernal) é um jovem tradutor que termina o casamento de 12 anos com Sofia (Analía Couceyro), sua primeira namorada. O filme acompanha o relacionamento do protagonista não somente com a ex-mulher, mas também com a modelo Vera (Moro Anghileri) e Carmem (Ana Celentano).

O filme tem bastante cenas de sexo, mostra uma mulher com viço, e isso não torna o enredo fraco e apelativo. O deixa sim menos romaneceado e mais humano e dramático, ao passo que as fraquezas humanas vêm da alma e, principalmente, do corpo. Relacionamentos que são sustentados pela luta num passado recente e que não consegue se distanciar de um futuro galgado a esperancas ínfimas. As fraquezas vão marcando a vida para sempre e o amor de outrora passa a ser sexo, sem beijo na boca.

A cena que mais me intimida, claro, é a última, em que o Rímini transa com a Sofia, como se estivesse pagando pela sua libertação e vai embora com as fotos, que ela passou anos após a separação pedindo que fossem separadas, como se fosse um peso para ela remexer no passado sozinha. Eles se ligam pela última vez por meio do sexo e pelas fotografias que perduram o passado, o presente e o futuro. Ih...Acabei contando o final do filme. Caro leitor, que odeia esse tipo de sadismo, desculpe. Mas eu me empolguei...


;)

6 cousas:

Alberto Júnior disse...

"-Albert!"
trecho de cena do filme O PASSADO.

Luana Diniz disse...

Quando eu fiz esse post, eu pensei em falar da Sofia por Sofia, mas esqueci e acabei falando do filme, como um todo. ¬¬'

Mas, por aqui mesmo, eu gostaria de refletir a Sofia que existe em cada um de nós. Se beiramos ao espanto quando a vemos agir obssessiva e passionalmente com o seu amado, podemos nos perceber no dia-a-dia como obssessivos e passionais a coisas, sonhos, pessoas ou sei lá o quê, particularmente. Somos meticulosos, insistentes, até teimosos. Somos carentes de realizações e estamos sempre tentando reinventar algo para sair da monotonia, afinal assim fez ela, ao deixar que o Rimini saísse de casa. Ela, certamente, imaginou que ele voltasse logo que percebesse a sua ausência. Seria um fetiche...mas não o foi.

Enfim, todos nós somos mentalmente pertubados. O mundo, a vida, a globalização, esse post, esse comentário complementar, o meu totó...tudo "conspira" para essa obssessão por realizações.

*^.^*

eSQCer disse...

Ei, pilantra, nem avisa q tem blog, n� Escuta esse filme t� no Box, � T� por fora. Ah, e por falar em filme, j� foi ver o Paris, te amo? Eu fui terminar de ver e � liiiiiindo!!!

eSQCer disse...

Estou tão inebriada por seus textos, Lú! Não sabia dde tudo isso em vc, assim, desse jeito. Gostei de tudo o que li até agora. O textículo sobre São Luís, em Flor de ir embora é lindo. Meu herói, escolhendo bem... Tudo! Mas Impressões, nossa, me sufocou. "As lágrimas não chegam a formar um rio de choro palpável, somente amaciam a pele amassada." É maravilhoso! Todo ele. Parabéns!

Luana Diniz disse...

Ôxi, Suca!
Estou envergonhada agora c teu elogio!
^^

Xá de ser boboca, pequena. Sou praticamente uma fernanda pessoa, a lá franz kafka e gabriela garcía marquez!!! Eu não sou totalmente tosca, viu?

^^

Visite-me sempre, viu??
Xêru, Tosca!

*^.^*

Luana Diniz disse...

Ngm falou do meu obSsessão!!

hunf

¬¬'

*^.^*